Hoje em dia, vamos às farmácias e nos deparamos com uma série de protetor solar, com grandes variações de FPS, PPD, filtros solares químicos, físicos, com cor, sem cor… Afinal, qual a diferença entre eles em termos de proteção solar? Como escolher?
Aí vão 10 dúvidas muito frequentes no nosso dia-a-dia:
- O que tem de prejudicial na luz solar? A radiação solar consiste em quatro faixas que são prejudiciais para a pele: a radiação ultravioleta A (UVA), radiação ultravioleta B (UVB), luz visível e radiação infravermelho. A radiação ultravioleta C também existe, mas ela é totalmente filtrada pela camada de ozônio e não atinge a Terra.
- Quais os fatores que aumentam a radiação solar? A quantidade de radiação solar que atinge a nossa pele depende de vários fatores, entre eles: latitude, altitude, estação do ano, horário do dia (entre 10 e 16h, os raios solares incidem mais perpendicularmente), camada de ozônio, presença de nuvens, reflexão da superfície (por exemplo, na neve ou na areia de praia a reflexão é maior).
- O que é o FPS? O FPS (Fator de Proteção Solar) está relacionado com a proteção contra a radiação UVB, que é responsável pela queimadura solar e pela vermelhidão da pele. A radiação UVB é mais forte durante o verão e no horário de 10 às 16h. O FPS é o método de referência para avaliar a eficácia de um protetor solar. Por exemplo, o que significa um FPS 30? Significa que a pessoa que passa esse protetor teria que se expor 30 vezes mais ao sol para produzir o mesmo padrão de vermelhidão que ela mesma produziria sem o uso do protetor solar.
- Mas e o PPD? O PPD está relacionado com a proteção contra a radiação UVA. A radiação UVA é a principal relacionada com o envelhecimento cutâneo e diminuição do colágeno da pele, e também está relacionada com o surgimento de câncer de pele. Diferentemente do UVB, a UVA está presente o ano todo, em qualquer estação, mesmo nos horários antes das 10h ou após as 16h. Um bom protetor solar deve ter um PPD de, pelo menos, um terço do valor do FPS. Por exemplo, um protetor solar com FPS 30 deve ter um PPD igual ou maior que 10.
- Qual a diferença entre um filtro solar físico e químico? O filtro físico (ou inorgânico) é composto de partículas minerais (como o óxido de zinco e o dióxido de titânio) que são capazes de refletir e dispersar a radiação solar, como se formasse uma camada protetora sobre a pele. Já o filtro químico (ou orgânicos) possuem partículas que penetram na pele e absorvem a luz solar. A maioria dos protetores possuem os dois compostos em sua fórmula, porém algumas pessoas podem apresentar sensibilidade ao componente químico e, por isso, devem usar protetores apenas físicos. Crianças menores de dois anos também devem usar protetores físicos.
- E as lâmpadas artificiais, também mancham a pele? Sim, principalmente em pessoas com tendência a manchas, como o melasma, pois essas lâmpadas emitem a luz visível.
- Crianças devem usar protetor solar? Sim, a partir de seis meses de idade é indicado, preferencialmente os protetores físicos (inorgânicos), que tem menor absorção pela pele. Estudos mostram que o uso de protetor solar nos primeiros 18 anos de vida reduzem em 78% a incidência de câncer de pele durante a vida. Isso se deve, principalmente, à diminuição de queimaduras solares na infância.
- Grávidas podem usar protetor solar? Sim, podem e devem, pois a gravidez aumenta o risco de aparecimento de melasma. Porém, elas devem usar apenas protetores solares que sejam aprovados pela ANVISA e devem evitar protetores solares que possuam nano partículas na sua formulação. Na dúvida, sempre consulte um dermatologista.
- Quais os benefícios de usar um protetor solar diariamente? Eles protegem contra o dano ao DNA das células da pele, diminuindo a produção de radicais livres. Dessa forma, previnem o surgimento de lesões cancerígenas e pré-cancerígenas, o envelhecimento cutâneo precoce, queimaduras solares e diminuem o surgimento de manchas e rugas precoces.
- O protetor solar vai interferir na minha vitamina D? Não! Na prática, sabemos que o uso regular de fotoprotetores não leva à deficiência de vitamina D. Em um país com altos níveis de insolação, como o Brasil, poucos minutos de exposição ao ambiente externo, qualquer que seja o clima, somente de mãos e face, seriam suficientes para a produção de vitamina D. Portanto, devemos ter maior preocupação com os riscos relacionados à exposição solar do que com os riscos relacionados a não exposição. Ou seja, use sempre protetor solar!
Hoje em dia, existem muitas opções boas de protetores solares no mercado, para todos os tipos de pele, inclusive para aquelas peles mais oleosas. Consulte um dermatologista para melhor indicação.
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